O mundo atual vive um momento denominado VUCA (sigla em inglês para volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade), acelerado pelo passo da evolução da tecnológica. Para (sobre)viver neste momento algumas competências são fundamentais, conforme o que foi dito por Charles Fadel, um dos articuladores do projeto “Educação para o Século XXI” (http://educacaosec21.org.br):
Os 4 pilares do Século XXI
- conhecimento;
- habilidades para aplicar esse conhecimento
- (criatividade, comunicação, colaboração e pensamento crítico);
- traços de caráter para interagir com o mundo
- intrapessoal (atenção, curiosidade, coragem e resiliência)
- interpessoal (ética, cooperação e liderança);
- metacognição (habilidade de refletir sobre si mesmo e suas ações).
Tecnologia no dia-a-dia Os movimentos de adesão dos analógicos são ainda muito incipientes. Vemos muito mais “incrementalismo” do que “inovação”. A capacitação é negligenciada, afinal, de nada adianta ferramenta sem capacitação. De nada adianta sentar uma pessoa comum num cockpit de avião a jato e pedi-lo pra voar, sendo que ele tem conhecimento e cultura de passageiro de ônibus. E é assim que as organizações educacionais começam a criar suas gambiarras: compram quadros interativos que se enchem de poeira, distribuem ipads para os professores tirarem selfies, transferem suas aulas dos quadros para os powerpoints (o famoso retroprofessor) e acham que estão sendo tecnológicos. Puro efeito placebo. A escola finge que está se modernizando, os professores fingem que estão se capacitando tecnologicamente e os alunos fingem que vão se rematricular no próximo ano. Tecnologia é (mera) ferramenta: . de linguagem (interlocuções inter-geracionais); . de cognição (novas perspectivas e interpretações); . de produtividade (rapidez nas buscas e filtros de relevâncias); . de inovação (experiências e criações). Um discurso recorrente, porém extremista (mas que instiga o pensamento crítico), diz que a escola terá dificuldades de sobreviver com o modelo educacional do século XIX, contratando professores pre(parados) no século XX e tentando educar alunos do século XXI. Se não houver um movimento cultural de mudança de postura em relação à capacitação digital, haverá um grande descompasso entre os tempos geracionais. Por consequência, o ser analógico será mais um excluído pelo mundo digital.Publicado em
24/6/2020